Puppy Mills, abandono, maus-tratos. Vários nomes para uma série de maldades que se faz com os animaizinhos de estimação. O pior de tudo isso é que por trás dessas atitudes vem , muitas vezes, uma linda estória infantil, um mascote fofo de alguma marca e uma criança com a melhor das intenções querendo adotar um bichinho.
Há alguns dias me deparei com um documentário sobre as Puppy Mills nos Estados Unidos, que são, literalmente, fábricas de pets, ranchos onde centenas de animais ficam confinados para gerar filhotes e abastecer o mercado. Pior que isto, animais da mesma familia são cruzados entre si, ficam em gaiolas sobrepostas, em péssimas condições de higiene e sem espaço aberto para se exercitarem. Um horror!
Já no Brasil o problema é o abandono, mas também os maus-tratos. A cada "moda", uma nova raça é vendida aos milhares e boa parte, em seguida, descartada por diversos motivos como viagem, final de férias, falta de espaço. Aproveitando o gancho dos pets, quem já não se deparou com um deles sendo agredido, preso em local insalubre, ou mesmo um cavalo sendo espancado na rua ou tendo que suportar uma carga gigantesca ao puxar uma carroça? Sei que em muitos lugares do Brasil e do mundo não se permite mais a circulação de carroças puxadas por animais nos centros urbanos, mas, infelizmente, no sul do Brasil e, especificamente aqui em Porto Alegre ainda vemos comumente esse tipo de absurdo. De qualquer forma, há um prazo para sairem de circulação por aqui, mas em quantos lugares ainda vão remanescer?
Lembre-se: "animais de estimação" precisam ser estimados. Mais do que um trocadilho, é a pura realidade! Antes de sucumbir a um desejo infantil, avalie se você tem espaço e condições de adotar um. Pesquise se a tal raça da moda tem uma personalidade compatível com a do futuro dono. Não adianta achar lindo um labrador e colocá-lo num apartamento. Ele precisa de espaço para correr! Não é justo adquirir um animalzinho que vive por volta de 14 anos para aproveitar o verão e depois despejá-lo. Os animais tem personalidade, e embora não tenham a capacidade de raciocínio humano, estão sujeitos a traumas e sofrimento psicológico. Pense nisso e argumente com seu filho sobre a necessidade de proteger os animais, principalmente quando ele vier com aquela ideia de um novo morador que ao que tudo indica, na sua realidade, será inviável.
